quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Viagem


No final de 1977 e início de 1978 surgiu a oportunidade de estar em Montevideo por quase dois meses. Chopo já havia organizado toda a minha permanência dentro dos bons alojamentos do Club Banco Republica da calle Juan Benito Blanco. Agradabilíssimas dependências onde sentia-me muito a vontade. Rolando colocou todo o seu empenho no sentido de o mais rápido possível, por em funcionamento imediato o que havíamos programado com antecedência.
Como me referi anteriormente, o primeiro passo era o de bem organizar o escalão de 18 e 17 anos, para depois partirmos em direção aos mais pequenos, 16 e 15, 14 e 13 e assim por diante. Evidentemente o treinador Rolando aproveitava tudo o que essa experiência lhe proporcionava para também utilizá-la na equipe uruguaya adulta. Um aspecto básico do pré-estabelecido era de que após a composição do elenco de garotos, dedicar-se a viajar com eles ao Brasil e de forma continuada, apressando desta maneira nossa evolução técnica. Como complemento Muniz e eu, ministramos cursos práticos para treinadores de todos escalões, dentro e fora de Montevideo. Treinava eu como jogador onde me convidassem, mas com mais freqüência no Club Banco Republica e cheguei a participar de alguns torneios internacionais por essa agremiação, o que de certa forma foi me abrindo portas ganhando amigos e simpatias. Minhas viagens a Montevideo passaram a serem mais freqüentes e tanto Fito, Chopo e eu nos animávamos ainda mais vendo as coisas evoluírem a contento de todos. Chegou então a oportunidade de receber os juvenis "celestes" em São Paulo. Não tinha eu, em absoluto, vivencia na preparação que envolvia bem alojar e bem recepcionar uma delegação nacional, todavia, possuía ganas e excelentes amizades. Entre muitos, Reinaldo Di Cunto ( Buffet Di Cunto ), Wilson Faila ( Professor emérito com muitos contactos ), clube Parque da Mooca, a Regional da Mooca alem de familiares e mais colaboradores.
Tudo saiu otimamente bem, conseguimos bom ônibus para as deslocações a jogos e passeios, alem de bom alojamento no Ibirapuera, refeições adequadas e ambiente esportivo em quase todos os clubes nos quais a seleção uruguaya atuou. Realmente nunca imaginava que fosse tão trabalhoso e tão sério, ter a incumbência de cuidar bem de pessoas que vinham de tão longe. O esporte não deve, em hipótese nenhuma servir para dividir os povos deste mundo e certamente aqueles rapazes voltaram a seus lares sentindo o carinho da gente simples do Brasil.

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